7 Comentários

"depois de muito tempo, já adulto, eu entendi que família era isso: alguém que ama e faz tudo pra te proteger, mas que nem sempre vai poder te proteger dele mesmo. (...) compreender não implica justificar ou esquecer." Isso aqui me pegou demais. Texto incrível.

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Que texto delicado, amo escutar as histórias de família <3

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obrigado, querido 🧡

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Tanta coisa pra comentar que vou acabar deixando alguma história de fora...

Embora eu saiba que levei surra tanto do meu pai quanto da minha mãe na infância, eu me lembro mais de apanhar dela. Talvez por passar mais tempo em casa com a gente (meu pai, professor, lecionava em trocentas escolas nos três turnos durante a semana). Mas a coça era no máximo umas chineladas mesmo - eu nunca, nunca apanhei de cinto. Até uma certa idade, eu e meu irmão mais novo brigávamos muito, o que rendeu até situações engraçadas, como o dia em que eu tava deitado no sofá e ele tacou um DICIONÁRIO AURÉLIO, desses de capa dura, em cima de mim (coisas de casa de professor, haha). Mas logo nos tornamos bem companheirinhos, o que facilitou pros meus pais.

Meu nome não tem nenhuma semelhança de prefixo ou sufixo com os dos meus irmãos, mas é meio que uma herança, já que sou a terceira geração de Emmanuel na família do meu pai (tenho um tio e um tio-avô com esse nome, sem falar no bisavô Manuel). Por isso ninguém na família me chama pelo nome: geralmente é Manelzinho (Manel é o meu tio). Minha vó, filha de espanhol, às vezes me chamava de Manolo, Manolito. Engraçado que Manu é um apelido que nunca tive antes dos 20 e tantos anos, em lugar nenhum. Mas de uns tempos pra cá, um grupo de amigos me chama assim.

Minha vó, aliás, tinha uma lista inconfundível e inesquecível de expressões e xingamentos próprios. Um dia escrevo sobre isso.

Quanto às brincadeiras, eu brincava de banda (de rock) com meus amigos da rua mais chegados, o Rafael e o Junim. Às vezes, incluía também o Jorge Luiz, que a gente chamava de Zé. Teve uma época em que a gente começou a levar a sério mesmo: eu e o Rafael fazíamos as letras, ele e o Junim aprenderam a tocar violão, e a gente montou uma "lateria" (uma bateria feita de latões de tinta) que eu tocava. Durou até eu ir embora de Itaperuna, o marco do fim da minha infância, em abril de 1995. Mas chegamos a gravar coisas em fita cassete, que depois o Rafael recuperou e me mandou.

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ui, eu ia adorar ouvir as músicas, manu. lindas lembranças, gracias por compartilhar 🧡

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Amei essa edição, Wilson! Cada história é cheia de afeto.

Tenho uma história parecida com a fakenews da sua avó. As mulheres da minha família fazem canjica com amendoim, porque aprenderam assim com a minha avó. E por causa disso, eu só como canjica feita em casa (ou na casa de algum parente), porque não suporto nem o cheiro da canjica de coco. E eu inventei na minha cabeça que a canjica de amendoim era uma receita de família, uma coisa especial que minha avó inventou e ninguém mais conhecia. Até comentar com amigos virtuais sobre isso e descobrir que alguns deles conheciam canjica de amendoim. E entender que provavelmente nas festas juninas, feiras e outros lugares onde só encontramos canjica de coco, é porque canjica de amendoim dá muito mais trabalho pra fazer (já que tem que torrar o amendoim, descascar e depois bater triturar no liquidificador pra quebrar em pedaços menores). Mas passei boa parte da vida acreditando que só a minha família conhecia canjica de amendoim kkkkkk

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hahahaha, eu prediro acreditar nisso, que há coisas que mesmo que sejam universais são só nossas de alguma maneira. obrigado pela leitura!

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