Na parte em que você comenta sobre o trabalho da sua mãe eu juro que senti o gostinho do leite que eles serviam na escola naquele copo azul, era tão bom♥️
Não sei cozinhar (mas sou carinhoso, Bwana). Não sou bom de prato. Mas adoro ver gente fazendo comida e comendo.
Como numa receita, vamos pelo passo a passo.
Não é que eu nunca tenha feito nada. Miojo todo mundo já fez, mas fui um pouco além: às vezes faço uma omelete, já fiz farofa de ovo, mas fico nisso. Minha relação com o ato de cozinhar é como o de assistir a um trapezista ou a uma ginasta olímpica. Tudo é muito bonito e admirável, mas além de eu não dominar a técnica, jamais teria a leveza necessária pra executar aqueles movimentos, então não arrisco. E tenho pânico de mexer com forno e panela de pressão. Eu me conheço e sei da minha capacidade de colocar a casa pelos ares.
Outro trauma que tenho de criança é o famoso "não fazer desfeita", ou seja, não poder recusar comida na casa dos outros. Era um suplício quando as mães de amiguinhos ficavam insistindo em me oferecer qualquer coisa, talvez pra não dar a impressão de que me fizeram passar fome. Só queria que entendessem que eu simplesmente não tinha fome (nem em casa). E coleciono histórias constrangedoras nesse sentido já que em cidades do interior, onde morei até quase os 20 anos, existe essa cultura de "engordar o porco". E não raro me ofereciam coisas que eu não como.
Até porque a lista de "coisas que eu não como" é bastante grande: sempre tive e tenho até hoje inúmeras restrições alimentares, principalmente relacionadas a textura dos alimentos (o que recentemente descobri ser um sinal de autismo), mas também a cheiro e sabor.
Mas, voltando à analogia que fiz lá no início, gosto de ver quem tem a técnica e o talento criando na cozinha (mesmo pratos que eu não como), seja aqui em casa ou nesses 250 programas de culinária do GNT. E gosto de ver gente comendo com boca boa, seja o trivial ou uma invenção. Fico satisfeito como se eu mesmo tivesse preparado.
emmanuel, eu amo como seua comentários sempre vêm cheios de histórias ótimas, os parentes que sempre acham que a gente comeu pouco, as desventuras em serie na cozinha. mas a pergunta que não quer calar é: e a newsletter é pra quando, hein?
minha linguagem do amor é cozinhar, então.. tamo junto! hehe
The Bear é uma das poucas séries com muita imagem de carne que eu topo tolerar - 14 anos no rolê veg/vegan me deixaram bem sensível e pouco tolerante, mas há exceções, até porque o mundo continua existindo aí na volta né - e tem um componente de afeto girando entre as pessoas ali que é bem raro de ver em peças de audiovisual sobre ambiente de trabalho fora do gênero comédia (embora the bear também seja comédia rs). o trabalho de quem faz comida é dos mais importantes pro funcionamento da sociedade e eu amei como vc trouxe esse pedacinho da sua vida pro texto :)
ai, vanessa, obrigado pela leitura! o que eu mais gosto em the bear é que esse afeto, que é o eixo da série, não passa pelo óbvio, que é o interesse amoroso (ainda não vi toda a s2, mas espero que não me venham com romance), sim pelo respeito que eles têm pela cozinha. e vida longa a quem alimenta as outras pessoas.
Que edição mais delícia (trocadilho ruim hahaha)sou muito do time cozinhar como forma de demonstrar afeto. Amigos já estão acostumados a receber bolos porque é aniversário, bolos porque estão triste, bolos porque a vida deve ser comemorada a todo tempo... E concordo com outro ponto: não existe nada melhor do que alimentar quem é bom de prato e curte a mesa farta e a conversa entrelaçada no meio.
xu, eu também amo cozinhar, infelizmente tive que me obrigar a ser a pessoa que planeja e cozinha para a semana. então, quando tenho oportunidade de comer algo diferente, quero comer fora e não cozinhar. isso me entristece um pouco, mas quando estou borocoxô ainda faço um bolinho.
esses dias estava comentando com meu irmão que, ao longo da vida, fui percebendo que algumas pessoas comem só pra matar a fome. sabe quando você vai na casa de alguém e percebe que comida ali é secundário? eu não consigo entender hahah digo que sou muito grata por ter crescido com a minha mãe, porque se tiver 2 ingredientes na geladeira, em 15 minutos ela consegue transformá-los numa refeição maravilhosa e nutritiva. tudo que ela faz fica divino, é realmente um dom. ter crescido numa família que ama comer me fez ser como você. é minha linguagem de amor agradar as pessoas com comida.
Amei forte esse texto, cozinhar e comer é mesmo tudo isso 💘 E pirei com "macadame", esse nome é maravilhoso hahahaha
nossa, obrigado! seus textos sobre comida são tão bons que eu não tenho nem roupa pra receber esse elogio.
Na parte em que você comenta sobre o trabalho da sua mãe eu juro que senti o gostinho do leite que eles serviam na escola naquele copo azul, era tão bom♥️
nossa, simmm, era leite com açucar queimado, tinha um sabor maravilhoso. a merenda é um marco na vida da gente, né? obrigado pela leitura ❤️
Não sei cozinhar (mas sou carinhoso, Bwana). Não sou bom de prato. Mas adoro ver gente fazendo comida e comendo.
Como numa receita, vamos pelo passo a passo.
Não é que eu nunca tenha feito nada. Miojo todo mundo já fez, mas fui um pouco além: às vezes faço uma omelete, já fiz farofa de ovo, mas fico nisso. Minha relação com o ato de cozinhar é como o de assistir a um trapezista ou a uma ginasta olímpica. Tudo é muito bonito e admirável, mas além de eu não dominar a técnica, jamais teria a leveza necessária pra executar aqueles movimentos, então não arrisco. E tenho pânico de mexer com forno e panela de pressão. Eu me conheço e sei da minha capacidade de colocar a casa pelos ares.
Outro trauma que tenho de criança é o famoso "não fazer desfeita", ou seja, não poder recusar comida na casa dos outros. Era um suplício quando as mães de amiguinhos ficavam insistindo em me oferecer qualquer coisa, talvez pra não dar a impressão de que me fizeram passar fome. Só queria que entendessem que eu simplesmente não tinha fome (nem em casa). E coleciono histórias constrangedoras nesse sentido já que em cidades do interior, onde morei até quase os 20 anos, existe essa cultura de "engordar o porco". E não raro me ofereciam coisas que eu não como.
Até porque a lista de "coisas que eu não como" é bastante grande: sempre tive e tenho até hoje inúmeras restrições alimentares, principalmente relacionadas a textura dos alimentos (o que recentemente descobri ser um sinal de autismo), mas também a cheiro e sabor.
Mas, voltando à analogia que fiz lá no início, gosto de ver quem tem a técnica e o talento criando na cozinha (mesmo pratos que eu não como), seja aqui em casa ou nesses 250 programas de culinária do GNT. E gosto de ver gente comendo com boca boa, seja o trivial ou uma invenção. Fico satisfeito como se eu mesmo tivesse preparado.
emmanuel, eu amo como seua comentários sempre vêm cheios de histórias ótimas, os parentes que sempre acham que a gente comeu pouco, as desventuras em serie na cozinha. mas a pergunta que não quer calar é: e a newsletter é pra quando, hein?
minha linguagem do amor é cozinhar, então.. tamo junto! hehe
The Bear é uma das poucas séries com muita imagem de carne que eu topo tolerar - 14 anos no rolê veg/vegan me deixaram bem sensível e pouco tolerante, mas há exceções, até porque o mundo continua existindo aí na volta né - e tem um componente de afeto girando entre as pessoas ali que é bem raro de ver em peças de audiovisual sobre ambiente de trabalho fora do gênero comédia (embora the bear também seja comédia rs). o trabalho de quem faz comida é dos mais importantes pro funcionamento da sociedade e eu amei como vc trouxe esse pedacinho da sua vida pro texto :)
ai, vanessa, obrigado pela leitura! o que eu mais gosto em the bear é que esse afeto, que é o eixo da série, não passa pelo óbvio, que é o interesse amoroso (ainda não vi toda a s2, mas espero que não me venham com romance), sim pelo respeito que eles têm pela cozinha. e vida longa a quem alimenta as outras pessoas.
Que edição mais delícia (trocadilho ruim hahaha)sou muito do time cozinhar como forma de demonstrar afeto. Amigos já estão acostumados a receber bolos porque é aniversário, bolos porque estão triste, bolos porque a vida deve ser comemorada a todo tempo... E concordo com outro ponto: não existe nada melhor do que alimentar quem é bom de prato e curte a mesa farta e a conversa entrelaçada no meio.
ai, simmm, tenho pra mim que cozinhas são melhores lugares para estar com amigos que salas.
xu, eu também amo cozinhar, infelizmente tive que me obrigar a ser a pessoa que planeja e cozinha para a semana. então, quando tenho oportunidade de comer algo diferente, quero comer fora e não cozinhar. isso me entristece um pouco, mas quando estou borocoxô ainda faço um bolinho.
esses dias estava comentando com meu irmão que, ao longo da vida, fui percebendo que algumas pessoas comem só pra matar a fome. sabe quando você vai na casa de alguém e percebe que comida ali é secundário? eu não consigo entender hahah digo que sou muito grata por ter crescido com a minha mãe, porque se tiver 2 ingredientes na geladeira, em 15 minutos ela consegue transformá-los numa refeição maravilhosa e nutritiva. tudo que ela faz fica divino, é realmente um dom. ter crescido numa família que ama comer me fez ser como você. é minha linguagem de amor agradar as pessoas com comida.