entre outras mil
#130: toda vez que o cruzeiro do sul brilha na imensidão de um céu limpo, dá uma coisa boa na gente, é como se a gente tivesse sonhando acordado, sabe?
olá vocês!
vou contar do jeito que eu escutei: dizem por aí que as águas do córrego ipiranga estavam lá, calmas, serenas, pensando na morte da bezerra. e eis que, do nada, escutaram um grito assim, alto, parecendo um berro mesmo, mas não era de onça não, era do povo brasileiro que é bem do valente.
aí, menino, bem nessa hora mesmo, o sol deu pra brilhar mais forte no céu, um clarão danado que só vendo. mas também, não tem como ser diferente, né? se a gente realmente quer igualdade, aí tem que pagar o preço. tem que lutar por ela a todo custo, nem que seja na porrada. e outra: para sentir a liberdade pulsando no peito, o coração da gente enfrenta até mesmo a morte.
a gente ama demais o brasil, nossa senhora, chega arrepia. viva essa terra!
e eu vou falar uma coisa aqui, brasil, você pode botar reparo: toda vez que o cruzeiro do sul brilha na imensidão, quando é noite de céu limpo, dá uma coisa boa na gente, já notou? é como se a gente tivesse sonhando acordado, sabe? um raio atravessa o peito, e vem um amor, uma esperança, desce sei lá de onde.
porque quando um país já nasce com vocação pra ser enorme desse jeito e ainda por cima também é cheio de beleza, robusto, corajoso e imponente, é olhar para ele e ver que ele vai ser imenso assim para sempre, não dá outra, é só o ouro, como dizem lá no interior.
no meio de trocentos e não sei quantos mil países, o brasil ainda é top 1 no coração do povo. uma verdadeira mãe pra quem nasce aqui, de tão bom.
e já que estamos aqui falando verdades, vou falar da localização do brasil. um país que se espalha por uma natureza exuberante, feito um bebezinho tirando uma sonequinha que, quem dera, durasse para sempre. de um lado o barulho das ondas do mar, do outro, o brilho do céu mais azul que existe. e ele lá, todo pimpão, cartão-postal das américas, tomando o sol que só dá nesse lado de cá do globo terrestre.
fala um país aí, qualquer um. ah, meu filho, mas não chega nem perto, do tanto que nossos campos são muito mais floridos e muito mais alegres. não à toa o gonçalves dias escreveu que aqui tem muito mais espécies de bichos e plantas nas matas e a gente aqui passa o dia inteiro apaixonado. não foram exatamente essas palavras, mas o sentido era esse mesmo.
um país querido desses, bicho, não tem como não, viva o brasil.
e por falar em amor, tem dia em a gente olha para a bandeira do brasil e fica pensando que ela é como uma carta de amor, toda salpicada de estrelas. quando a gente vê de longe o o verde-cor-de-papagaio, parece até uma promessa de que a gente vai viver um amanhã sem guerra, já que nossa história até aqui foi cheia de momentos grandiosos.
mas nem tudo é alegria. porque se tiver que entrar em alguma batalha pra conseguir justiça, aí você vai ver quem são os de verdade. porque o brasil não criou covarde não. aqui é tudo ou nada, pelo brasil a gente dá a vida. vai lá ver se os filhos dos outros países têm a mesma atitude.
é por isso que o brasil, no meio de todos os países, é numero um disparado no coração do povo. a gente tem esse país como uma figura materna.
patria amada brasil.
não sei vocês, mas eu levei anos para compreender o significado real da letra do hino nacional. o simbólico eu sempre soube, mesmo sem entender direito. a cada olimpíada, jogo do brasil, formatura, o evento solene que for, a parte de cantar junto o hino sempre me emociona. é um canto glorioso elencando tudo que há de bom e bonito no brasil. aí no meio lança um “mas se me atacar eu vou atacar” e depois volta a louvar as maravilhas desta terra.
com todo respeito aos demais hinos, é o mais bonito disparado e vivendo fora, sinto que ele me remete a uma imagem que só quem nasceu e viveu no brasil tem do país. não é o clichê praia/mulata/caipirinha/neymar. quer dizer também é, mas é infinitamente maior, dá orgulho, saudade, uma pontada de tristeza e uma alegria meio boba também.
não sei explicar. o que eu sei é que seria legal se a gente aprendesse de partida a letra assim, sem tanta firula, a gente até cantaria com mais fervor e quiçá eu não passaria anos cantando “o lázaro que ostentas estrelado” ou “impávido conosco”.
(ps: este texto deliberadamente ignorou o sequestro uso de símbolos nacionais por gente escrota, só por hoje não vamos problematizar absolutamente nada, paz!)
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júnior bueno é jornalista e vive em buenos aires. é autor dos livros a torto e a direito e cinco ou seis coisinhas que aprendi sendo trouxa, disponíveis em e-book na amazon.
Não tem como, tocou o hino, arrepia mesmo, é inexplicável. Salve salve!
Releitura boa demais!